BEM-VINDOS A ESTE ESPAÇO

Bem-Vindos a este espaço onde a temática é variada, onde a imaginação borbulha entre o escárnio e mal dizer e o politicamente correcto. Uma verdadeira sopa de letras de A a Z num país sem futuro, pobre, paupérrimo, ... de ideias, de políticas, de educação, valores e de princípios. Um país cada vez mais adiado, um país "socretino" que tem o seu centro geodésico no ministério da educação, no cimo do qual, temos um marco trignométrico que confundindo as coordenadas geodésicas de Portugal, pensa-se o centro do mundo e a salvação da pátria.
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quarta-feira, 30 de abril de 2008

MINISTRA CONSIDERA CHUMBOS «MECANISMO RETRÓGRADO»

Apostada na criação de «um modelo de escola inclusiva», a ministra considera que «os chumbos são um mecanismo retrógrado, antigo» e, rapidamente encontra estratégias para as combater: «Facilitismo é chumbar. Rigor e exigência é trabalho».
E, para Maria de Lurdes Rodrigues, «o trabalho principal não é feito na sala de aula, é feito nas escolas», pelo que «a organização é uma peça fundamental para o sucesso».
Atente-se agora às contas que faz sobre os custos financeiros das reprovações:
«Se o aluno custa 3000 euros por ano, quando chumba passa a custar 6000. E se chumbar outra vez custa 9000».

«Facilitismo é chumbar.
Rigor e exigência é trabalho».

Pois é ... como não podia deixar de ser, mais uma vez, o ónus é do professor!
A lei básica do ensino, é que só ensina quem sabe e só aprende quem quer.
O aluno não aprende? - a culpa é sempre do professor, que não quer trabalhar, não quer ter mais trabalho, é um malandro. Vê-se pela forma como fala, que continua a espelhar ódio aos professores. Aos professoreszecos!!
Não é possível ensinar a quem não quer aprender. Se o aluno não aprende porque tem dificuldades, mas quer aprender... ainda vá que não vá e isso é, e tem sido, uma das grandes preocupações dos professores. É ou não isso que os professores fazem? ENSINAR?
Mas, ... e se não quer aprender? Quantos alunos não vão às aulas ou se recusam a trabalhar em casa sistematicamente, não fazem o mínimo esforço, de quem é a culpa?
Como é que alguém em seu perfeito juízo e com estas responsabilidades pode fazer afirmações deste tipo? Uma vez mais a CULPA É DOS PROFESSORES?

Ora, ora ... já só faltava continuar a INSULTAR e ACHINCALHAR os professores.
Não haverá no ministério da educação, no governo, nos deputados, nas administrações de empresas públicas, carros topo de gama, vencimentos e reformas chorudas fora do alcance de qualquer mortal português trabalhador por onde se possa começar a cortar nos custos? Essas contas não se fazem? Já se fizeram?

segunda-feira, 28 de abril de 2008

"HOLOCAUSTO EM ANGOLA" - UM TESTEMUNHO PARA A HISTÓRIA E PARA A HUMANIDADE


"Holocausto em Angola" não é um livro de história. É um testemunho.

Só hoje me chegou às mãos um livro editado em 2007, Holocausto em Angola, da autoria de Américo Cardoso Botelho (Edições Vega). O subtítulo diz: "Memórias de entre o cárcere e o cemitério".
O livro é surpreendente. Chocante. Para mim, foi. E creio que o será para toda a gente, mesmo os que "já sabiam". Só o não será para os que sempre souberam tudo. O autor foi funcionário da Diamang, tendo chegado a Angola a 9 de Novembro de 1975, dois dias antes da proclamação da independência pelo MPLA. Passou três anos na cadeia, entre 1977 e 1980. Nunca foi julgado ou condenado. Aproveitou o papel dos maços de tabaco para tomar notas e escrever as memórias, que agora edita.
Não é um livro de história, nem de análise política. É um testemunho. Ele viu tudo, soube de tudo. O que ali se lê é repugnante. O seu autor viu tudo, soube de tudo.
Os assassínios, as prisões e a tortura que se praticaram até à independência, com a conivência, a cumplicidade, a ajuda e o incitamento das autoridades portuguesas. E os massacres, as torturas, as exacções e os assassinatos que se cometeram após a independência e que antecederam a guerra civil que viria a durar mais de vinte anos, fazendo centenas de milhares de mortos.
O livro, de extensas 600 páginas, não pode ser resumido. Mas sobre ele algo se pode dizer. O horror em Angola começou ainda durante a presença portuguesa.
Em 1975, meses antes da independência, já se faziam "julgamentos populares", perante a passividade das autoridades. Num caso relatado pelo autor, eram milhares os espectadores reunidos num estádio de futebol. Sete pessoas foram acusadas de crimes e traições, sumariamente julgadas, condenadas e executadas a tiro diante de toda a gente. As forças militares portuguesas e os serviços de ordem e segurança estavam ausentes. Ou presentes como espectadores.
A impotência ou a passividade cúmplice são uma coisa. A acção deliberada, outra. O que fizeram as autoridades portuguesas durante a transição foi crime de traição e crime contra a humanidade.

O livro revela os actos do Alto-Comissário Almirante Rosa Coutinho, o modo como serviu o MPLA, tudo fez para derrotar os outros movimentos e se aliou explicitamente ao PCP, à União Soviética e a Cuba. Terá sido mesmo um dos autores dos planos de intervenção, em Angola, de dezenas de milhares de militares cubanos e de quantidades imensas de armamento soviético.
O livro publica, em fac simile, uma carta do Alto-Comissário (em papel timbrado do antigo gabinete do Governador-geral) dirigida, em Dezembro de 1974, ao então Presidente do MPLA, Agostinho Neto, futuro presidente da República. Diz ele:
"Após a última reunião secreta que tivemos com os camaradas do PCP, resolvemos aconselhar-vos a dar execução imediata à segunda fase do plano. Não dizia Fanon que o complexo de inferioridade só se vence matando o colonizador?
Camarada Agostinho Neto, dá, por isso, instruções secretas aos militantes do MPLA para aterrorizarem por todos os meios os brancos, matando, pilhando e incendiando, a fim de provocar a sua debandada de Angola. Sede cruéis sobretudo com as crianças, as mulheres e os velhos para desanimar os mais corajosos. Tão arreigados estão à terra esses cães exploradores brancos que só o terror os fará fugir. A FNLA e a UNITA deixarão assim de contar com o apoio dos brancos, de seus capitais e da sua experiência militar. Desenraízem-nos de tal maneira que com a queda dos brancos se arruíne toda a estrutura capitalista e se possa instaurar a nova sociedade socialista ou pelo menos se dificulte a reconstrução daquela
".
Anos depois, aquando dos golpes e contragolpes de 27 de Maio de 1977 (em que foram assassinados e executados sem julgamento milhares de pessoas, entre os quais os mais conhecidos Nito Alves e a portuguesa e comunista Sita Valles), alguns portugueses encontravam-se ameaçados.
Um deles era Manuel Ennes Ferreira, economista e professor. Tendo-lhe sido assegurada, pelas autoridades portuguesas, a protecção de que tanto necessitava, dirigiu-se à Embaixada de Portugal em Luanda. Aqui, foi informado de que o vice-cônsul tinha acabado de falar com o Ministro dos Negócios Estrangeiros.
Estaria assim garantido um contacto com o Presidente da República. Tudo parecia em ordem. Pouco depois, foi conduzido de carro à Presidência da República, de onde transitou directamente para a cadeia, na qual foi interrogado e torturado vezes sem fim.
Américo Botelho conheceu-o na prisão e viu o estado em que se encontrava cada vez que era interrogado. Muitos dos responsáveis pelos interrogatórios, pela tortura e pelos massacres angolanos foram, por sua vez, torturados e assassinados.
Muitos outros estão hoje vivos e ocupam cargos importantes. Os seus nomes aparecem frequentemente citados, tanto lá como cá. Eles são políticos democráticos aceites pela comunidade internacional.
Gestores de grandes empresas com investimentos crescentes em Portugal. Escritores e intelectuais que se passeiam no Chiado e recebem prémios de consagração pelos seus contributos para a cultura lusófona.
Este livro é, em certo sentido, desmoralizador. Confirma o que se sabia: que a esquerda perdoa o terror, desde que cometido em seu nome. Que a esquerda é capaz de tudo, da tortura e do assassinato, desde que ao serviço do seu poder. Que a direita perdoa tudo, desde que ganhe alguma coisa com isso. Que a direita esquece tudo, desde que os negócios floresçam. A esquerda e a direita portuguesas têm, em Angola, o seu retrato.

Os portugueses, banqueiros e comerciantes, ministros e gestores, comunistas e democratas, correm hoje a Angola, onde aliás se cruzam com a melhor sociedade americana, chinesa ou francesa. Para os portugueses, para a esquerda e para a direita, Angola sempre foi especial.

Para os que dela aproveitaram e para os que lá julgavam ser possível a sociedade sem classes e os amanhãs que cantam. Para os que lá estiveram, para os que esperavam lá ir, para os que querem lá fazer negócios e para os que imaginam que lá seja possível salvar a alma e a humanidade.

Hoje, afirmado o poder em Angola e garantida a extracção de petróleo e o comércio de tudo, dos diamantes às obras públicas, todos, esquerdas e direitas, militantes e exploradores, retomaram os seus amores por Angola e preparam-se para abrir novas vias e grandes futuros. Angola é nossa! E nós? Somos de quem?

António Barreto
Sociólogo

domingo, 27 de abril de 2008

JOSÉ MOURINHO - DO PEDESTAL À REALIDADE

Quando Mourinho saiu do Chelsea, muito se disse.
Parecia que o Chelsea ia desmoronar como um baralho de cartas como se Mourinho fosse, como ainda alguns insistem em dizer, o melhor treinador do mundo e, acima de tudo, insubstituível.

A sua arrogância e as suas provocações foleiras, fazem a delícia dos jornalistas. Isso é que vende os jornais e isso parece ser uma imagem que vende bem. Ele sabe disso.

A VERDADE do caso da camisola do Rui Jorge, ainda hoje não foi DEVIDAMENTE divulgada na mesma proporção em que foi distorcida.Mourinho, que esteve no Chelsea de 2004/5 a 2006/7, onde foi por 2 vezes campeão, abandonou precipitadamente o Chelsea em 2007/2008, deixando-o no 5º lugar (QUINTO LUGAR) com um balneário perfeitamente INDISCIPLINADO.

Hoje, com Avram Grant, um israelita (em Israel a bola é meio quadrada), o Chelsea deixou o 5º lugar de Mourinho e, já está em primeiro lugar, com a tal equipa e os mesmos jogadores que Mourinho abandonou, em igualdade de pontuação com a super equipa do Manchester United e a disputar a Liga dos Campeões Europeus.
Por muita competência (não a nego, há muitos que a têm) que lhe queiram atribuir, a verdade é que esteve 2 anos no Chelsea onde foi campeão com uma SUPER EQUIPA, comprada a peso de ouro, depois de ter vindo de uma época em que foi campeão europeu pelo FCPorto, curiosamente num ano em que, finalmente, se veio a comprovar ter beneficiado de telefonemas, de fruta, de rebuçados e das idas dos árbitros a casa do presidente Pinto da Costa.
Não parecia pois, muito difícil José Mourinho vir a ser campeão pelo Chelsea. Dinheiro para formar uma boa equipa, não era problema.
E agora, este israelita, depois de refazer a equipa destroçada que encontrou, também corre o risco de vir a ser campeão de Inglaterra e da Europa. Passará este Avram Grant também a ser o melhor treinador do mundo?

Esta frase em Janeiro de 2002 é ... mortal !!

Em 2003, TODA A GENTE ficou a saber o que é o APITO DOURADO

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JARDEL, "A FRUTA", A DROGA, O "JOGO" ... E A MENTIRA

JARDEL CONFESSA TER USADO DROGAS
Mário Jardel, ex-FC Porto e Sporting, admitiu hoje que a partir do momento em que começou a usar drogas a sua carreira ficou irremediavelmente afectada e que hoje em dia apenas pretende «recomeçar» um novo capitulo na sua vida.

«Errei primeiro começando a andar com más companhias. Depois veio a separação, a depressão e as drogas. Hoje o que quero é recomeçar a minha vida. Não façam o que eu fiz. Estou recomeçando minha vida e reconheço todos os meus erros. Daqui para frente quero vencer», afirmou Jardel, em declarações à Globo.
O goleador brasileiro revelou ainda qual era a droga que utilizava e vontade de voltar a jogar:«Usava só cocaína, outras drogas não, mas enquanto jogava não usava. Só nas férias. Isso existe muito no futebol. Tenho certeza que vou mudar e estou à procura de um clube porque tenho potencial e qualidade. Vou continuar sendo forte.»
Depois de Maradona (entre muitos mais), este é mais um "bom" exemplo em que os joves têm de por os olhos em cima e perceber como foi possível uma pessoa, com uma vida bonita pela sua frente, DESTRUIU TUDO o que tinha e podia ter podido vir a ter.

PECADO ... É PECADO!


Um Lisboeta, depois de muito trabalhar, ainda de fato e gravata e todo suado, vê um Alentejano deitado numa rede, no maior descanso!

O Lisboeta não resiste e diz: - Sabe que a preguiça é um dos sete pecados capitais?

E, o Alentejano, sem se mexer, responde:

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A inveja também...!!!

2007 ... SEGUNDO A REUTEURS

É uma visão sobre 2007, com alguns pormenores curiosos.

Outros nem tanto ...

sexta-feira, 25 de abril de 2008

AVALIAÇÃO DE PROFESSORES - OPINIÃO DE NUNO CRATO


Quanto à política educativa, faz alguns reparos e considera que a tutela tem revelado falta de tacto para resolver conflitos.Na sua opinião, o sistema de avaliação que é proposto pela tutela pressiona a inflação das notas. O que poderá facilitar a transição de ano de alunos que deviam ficar retidos. Nuno Crato, professor de Matemática e Estatística do Instituto Superior de Economia e Gestão, defende um processo de avaliação externa que registe resultados e regule a actividade educativa. O docente afirma que é uma "situação absurda" os estudantes não serem avaliados externamente durante o percurso escolar obrigatório.
A política educativa tem vindo a gerar uma onda de descontentamento. Quais os pontos que, na sua opinião, a tutela devia rever e alterar?
NC: São tantos! A actual equipa ministerial pegou em alguns pontos importantes, mas tem ignorado outros. E, mesmo tendo razão em muitas decisões administrativas que tem tomado, tem tido uma notória falta de capacidade para gerar consensos. É mais do que falta de tacto, parece vontade de criar conflitos.Uma das questões essenciais em que discordo da política ministerial tem sido nas orientações educativas e pedagógicas. Em vez de rever um passado de facilitismo, o Ministério tem promovido a revisão de programas continuando a velha política de simplificação de conteúdos. Outro dos aspectos de que discordo é a falta de avaliação. Alguns exames acabaram (nos cursos tecnológicos) e mantém-se esta situação absurda de os alunos não serem avaliados externamente durante todo o percurso escolar obrigatório. Só no 9.º ano têm dois exames, apenas dois, a Matemática e Português, e valendo apenas 30% da nota final.
Os poucos exames que temos são de uma facilidade extrema e os critérios têm variado de ano para ano, de forma que os resultados não são comparáveis. Os progressos que se anunciam não são progressos, ou não se sabe se são, pois não há critérios para os medir.
E: A avaliação dos professores proposta pelo Ministério da Educação está bem planeada? Quais os aspectos que destaca?
NC: Acho que há um erro base: não se pode avaliar os professores sem avaliar o resultado do seu trabalho, ou seja, sem fazer exames externos aos alunos. O sistema de avaliação proposto constitui uma pressão para que os professores inflacionem as notas e passem alunos que deveriam ser retidos. Sem um processo de avaliação externa que registe os resultados e regule a actividade educativa, tudo isto pode ser muito grave.
E: Há algum tempo disse que a formação, selecção e promoção de professores não privilegiam o conhecimento das matérias, a capacidade pedagógica e o mérito. Continua tudo na mesma?
NC: No que se refere à formação de professores, a situação varia muito consoante as escolas. No que se refere à selecção, esperemos que venha a mudar com o exame de entrada na profissão, que a Sociedade Portuguesa de Matemática tem vindo a defender há quase uma década. No que se refere à avaliação, há uma tentativa de mudar, reconheça-se. Mas sem exames externos aos alunos a avaliação dos professores é muito difícil, como disse.
O novo Estatuto do Aluno está desenhado para combater o insucesso e abandono escolares?
NC: Não. Acho o novo Estatuto um passo em frente demasiado tímido, em alguns casos até um passo atrás. Tudo está a ser posto em causa agora depois dos acontecimentos na Secundária Carolina Michaëlis.
O novo regime de faltas dos alunos contribuirá para a diminuição dos casos de indisciplina?
NC: Acho que não, de forma alguma.
Que análise faz do protesto dos professores de 8 de Março? Foi à manifestação?
NC: Não fui à manifestação, mas percebo que os professores se sintam revoltados e rejeitem serem vistos como culpados de todos os problemas.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

AGORA ... COMO ANTES

João Cravinho exonera no dia 3 de Abril a sua secretária particular ... "a seu pedido"!!
Nesse mesmo dia, essa mesma secretária particular é nomeada para lhe prestar apoio técnico com todas as mordomias e mais algumas:
- 2.300 € mensais, subsidio de Natal, férias e de refeição e ainda ... como dizia o "outro" ... e ainda ... direito a abono de despesas de transporte e ajudas de custo equiparado aos adjuntos de gabinete ... no país ou no estrangeiro! NEM MAIS!!!!
Tudo isto no mesmo dia!
As voltas que a vida dá, não é verdade?
Quem é amigo, Maria de Lurdes Teixeira Gonçalves?
Quem é amigo?

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A FALTA DE SATISFAÇÃO E DIGNIDADE DOS PROFESSORES


Os professores de línguas mostram graus de satisfação menores do que os de expressões e os homens têm graus de satisfação superiores às mulheres.
Os dados foram recolhidos por Maria de Fátima Figueiredo, no âmbito da Tese de Mestrado em Didáctica e Organização das Instituições Educativas da Universidade de Sevilha, entre finais de 2006 e o ano de 2007.
A investigação baseou-se numa amostra de 210 professores do Ensino Secundário, em sete locais diferentes de Portugal, sendo que 39% dos inquiridos estavam a leccionar no concelho de Almada. Setenta e três por cento dos inquiridos são do sexo feminino, a média das idades é de 40 anos, tratando-se de professores, em média, com 17 anos de serviço.
Vejam AQUI a entrevista.

terça-feira, 22 de abril de 2008

AFINAL É PRECISO TEMPO PARA DEFINIR ESTRATÉGIAS!!!



Mas não foi apenas a presidente do Conselho Científico para a Avaliação de Professores (CCAP), a pedir tempo para que possa definir a sua estratégia.
Não!!
Veja-se e pasme-se com o que a seguir disse a ministra: "O Conselho Científico para a Avaliação de Professores, tem todo o tempo do mundo"

Oiçam e vejam AQUI para fazerem como S. Tomé. "Ver para crer"!

Ouviram bem? ... "tem todo o tempo do mundo"

Não há nenhum jornalista que lhe pergunte se AGORA tem todo o tempo do mundo, PORQUÊ que até agora era TUDO para ser feito ... ONTEM?

Com ministras destas, como é que a EDUCAÇÃO não há-de estar a viver estes momentos de caos?

domingo, 20 de abril de 2008

MULHER MUCUBAL DO DESERTO DO NAMIBE

Sou angolano e ainda hoje recordo com saudade a terra que me viu nascer, e que viu igualmente nascer a minha mãe e os meus 2 avós maternos.
A saudade é eterna mas a vida continua.
Uma pessoa amiga que acaba de regressar do Sul de Angola - a minha terra (Lubango) - acaba de me enviar estas duas fotografias de uma mulher mucubal que quero partilhar não apenas pela beleza própria das mulheres mucubais mas, principalmente por um pormenor que dificilmente escapará aos mais atentos que lá viveram: o pormenor do relógio no pulso e os chinelos.

PROFESSORESZECOS ... ESTÁ CLARO!!!

Esta ministra impressiona qualquer um !!
Em entrevista ao Correio da Manhã, acaba de descobrir que nas escolas há professores de ginástica, imaginem.
Não sabe certamente que são professores de Educação Física como certamente não deve saber que não há nas escolas professores de equações, nem de gramática, nem de fórmulas químicas, nem de plantas, nem de computadores ... e por aí em diante.
Poderíamos estar à espera de mais, de uma ex-professora primária que renega essa sua passagem ENVERGONHADA pelo ensino?

CHUMBAR NAS ESCOLAS? NÃO! ... INFORMEM-SE SOBRE AS "NOVAS OPORTUNIDADES". ESTÁ LÁ A SOLUÇÃO

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É verdade que a avaliação, defendida com unhas e dentes pela ministra Maria de Lurdes Rodrigues, só vai incidir, este ano lectivo, em quatro parâmetros mas, por outro não haverá suspensão do processo, como pretendiam os sindicatos.
Mas a ministra, demagogicamente, continua a atirar para o ar, para povo português, que os professores não queriam era avaliação, que é como se sabe, um DIREITO que lhes assiste.
E a culpa de tudo o que se passa na escola, continua a ser dos professores. Os alunos, chumbam, repetem e não aprendem mais.
Venham as "Novas Oportunidades" ... isso sim, aprender para quê? Em 3 meses têm o 9º anos e em mais 6 meses o 12º ano.
Para quê realmente andarem 5 ou 6 anos na escola se podem em 9 meses ter o 12º ano!
Bora lá ... todos para as "Novas Oportunidades" e já agora, que se estendam tanto quanto possível às Universidades.
Acredito que com as "Novas Oportunidades" integradas no Acordo de Bolonha, Portugal conseguirá RAPIDAMENTE ser o país NÚMERO UM de DOUTORES.
Bora lá ... Já não temos o exemplo do nosso primeiro ministro, o ex-engenheiro José Sócrates, que se licenciou a um domingo, por Fax e entre amigos, que ABANDONOU a escola pública para ir para uma privada à procura de um curso rápido e de notas mais elevadas e não tem pós graduações de nada (embora diga que tem)?
Foi foi muito melhor e mais fácil para ele este OPORTUNISMO do que ter-se inscrito nas "Novas Oportunidades" onde ao menos ainda se fala, fala, fala.
Não de matemática, de português, de física, de biologia ... NÃO! Mas ..., convive-se!
CUMBAR NAS ESCOLAS? Isso é que NÃO!!!

TODOS ÀS MANIFESTAÇÕES DO DIA 21 (2ª FEIRA) - EU VOU LÁ ESTAR !!!!!!!!!!!

Por mais entendimentos que possa haver, nem os professores esquecem a forma como foram nestes anos enxovalhados e espezinhados pela ministra, nem conseguem interiorizar os permanentes atropelos a legislação que surge, não a favor da educação mas exclusivamente contra eles e apenas com a teimosia política de ter que se fazer ... por se fazer.

Os professores não podem desmobilizar e é decisivo continuarmos a demonstrar que o problema não está apenas no modelo de avaliação que é aliás, um DIREITO que reclamamos - o de ser avaliados. O que os professores QUEREM MESMO é ver alteradas algumas medidas legislativas incongruentes e inconcebíveis, de forma camuflada algumas, como sejam a perfeita destruição da escola pública e permanente desprestígio que tem levado os professores a sucessivas desvalorizações, humilhações e desgaste, junto da opinião pública.

Vamos continuar a lutar. Não faltem às manifestações marcadas. Os professores têm de mostrar que não se podem impor estas espécies de normativos que pomposamente gostam de lhe chamar de reformistas:

- O Estatuto da Carreira Docente que cria fraudulentamente a divisão de professores entre os bons e os maus, quase que diria entre titulares e suplentes. Uma tristeza!
- O Modelo de avaliação do desempenho dos docentes, que mantém franjas de perfeita inexequibilidade. A sua aplicação é uma utopia
- O Modelo para a futura gestão dos estabelecimentos de ensino, que transforma as escola em extensões do "quero, posso e mando" da 5 de Outubro
- O Estatuto do aluno, incongruente até à exaustão
- Enquadramento e medidas para a i.ntegração dos alunos com NEE, que lhes deteriora a qualidade de vida
- O Enquadramento do ensino da música, que tornará Portugal ainda mais medíocre nesta área

É IMPERIOSO, meus caros amigos... TODOS às manifestações e a TODAS.

Amanhã, segunda feira, dia 21 de Abril, lá estarei, em Aveiro, junto ao Centro Comercial OITA, às 21 HORAS.
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ORGANIGRAMA DA AVALIAÇÃO E DA ... GESTÃO.

É bom perceber como a "coisa" funciona

É para isto, que este governo procura encaminhar a escola pública: na avaliação e na gestão
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sábado, 19 de abril de 2008

PROFESSORES PEDINTES À ESPERA DE "NOVAS OPORTUNIDADES"

Uma coisa é certa:
Este "Licenciado" não tirou o curso nem ao Domingo, nem por FAX, nem entre amigos e o seu inglês técnico não é de algibeira.
Também não é "injinheiro" nem pós graduado em sanitas. Não foi aluno da Independente!!!
É o azar dele, senão a esta hora, estaria bem melhor ... ai se estaria.

Mas, de facto, já faltou muito menos para os professores se tornarem nuns pedintes miseráveis.
Já vão "pedinchando" para poderem fazer aquilo que mais gostam que é dar aulas, em vez de passarem a vida em reuniões e na elaboração de mapas, grelhas, planos e outras tretas que nada valem nem a metro nem ao kilo e, pior ainda, NADA produzem e muito menos produziram.
Quem vai agora pagar as TONELADAS de fichas e grelhas que as escolas vão deitar fora por via do entendimento que anulou completamente um modelo de avaliação sem nexo e disparatado que os PCEs modernaços elaboraram em 2 períodos e a equipa ministerial pura e simplesmente aceitou que NADA valia e deixou cair COMPLETAMENTE por terra?
E o tempo DESPERDIÇADO no aproveitamento e ensino voltado para os alunos em detrimento de reuniões, mais reuniões e mais reuniões que quase consumiram um ano escolar em desaproveitamento TOTAL já que, em mesquinhices foi pródigo?

ENTREVISTA A MÁRIO NOGUEIRA - PRESIDENTE DA FENPROF

A propósito do célebre "entendimento" entre a Plataforma Sindical e o Ministério da Educação, acho interessante ouvir a entrevista de Mário Nogueira, à Maria Flor Pedroso

SÓCRATES AINDA CANTA PIOR DO QUE GOVERNA ... QUEM DIRIA

Coisa rara para quem tão mal governa.
Será assim tão dificl cantar ...vá lá ... mais ou menos?


A SEGUIR AO BOAVISTA ... SERÁ O BENFICA?

Num jogo digno de uma final, o Sporting venceu o Benfica por 5-3 qualificando-se assim para a final da Taça de Portugal.
Os golos leoninos foram apontados por Yannick Djaló (68 e 84 minutos), Liedson (76 minutos), Derlei (79 minutos) e Vukcevic (aos 93 minutos).
Do lado encarnado Rui Costa (19 minutos), Nuno Gomes (31 minutos) e Cristián Rodriguez (82 minutos) apontaram os golos deste jogo.
Todos os derbies deveriam ser assim!

Uma 2ª parte a não esquecer



O SLBenfica tem um passivo superior ao do FCP e SCP juntos quase (300 Milhões de €uros), [contudo ninguém se preocupa] qualquer dia o clube fecha portas por falência Real, porque técnica, já está há muito.
Orçamentos (Ordenados e despesas de representação) para 2007/ 2008
FCPorto - 75 Milhões de €urosS
lbenfica - 25 Milhões de €uros
SportingCP - 14 Milhões de €uros

Gastos em Contratações em 2007/ 2008
Slbenfica - 38 Milhões de €uros
FCPorto - 9 Milhões de €uros
SportingCP - 1,5 Milhões de €uros

Passivos Acumulados
Slbenfica - 300 Milhões de €uros
SportingCP - 200 Milhões de €uros
FCPorto - 90 Milhões de €uros

Resumo para investidores:
ALGUÉM ARRISCA EM GASTAR DINHEIRO NUMA DESORGANIZAÇÃO COMO A DO BENFICA?

CONCURSO EXTRAORDINÁRIO DE ACESSO A PROFESSOR TITULAR


Isto é de facto uma VERGONHA.

Agora os deputados do PS estão contra nós, mas querem ser titulares sem porem os pés na escola.

Que VERGONHA !
Retirado da Ordem Trabalhos hoje ME / Plataforma: Ponto 8. Acesso à categoria de Professor Titular para os Professores em exercício de funções ou actividades de interesse público, designadamente, enquanto Deputados à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu, Autarcas, Dirigentes da Administração Pública, Dirigentes de Associações Sindicais e Profissionais.
Agora é que não percebo nada!

Mas agora já se pode "atingir o topo"...mesmo estando "fora" da escola?
Todas as mudanças que o ME quis fazer não foi para acabar com "isso"?

Não ia ser titular apenas quem provasse, "no terreno", a sua excelência? Dizem uma coisa, fazem outra... a toda a hora!
Depois de se terem "esquecido"dos que antes estiveram nessas funções, no primeiro concurso....: mais um concurso extraordinário? ou só conta daqui para a frente, e os «tristes» que ficaram para trás? Tem que ser o tribunal a dar-lhes razão? O novo 4º escalão será, provavelmente, para os "Professores-titulares-avaliadores". Deste modo, cria um "estatuto" diferente para quem é avaliador e foge às incompatibilidades de avaliador e avaliado concorrerem às mesmas cotas. Quantos chegaram a titular por haver uma vaga na escola e não ter mais ninguém a concorrer, no entanto escolas houve em que colegas com quase o dobro dos pontos não acederam a PT porque não havia vaga, e com isto só quero dizer e afirmar da injustiça desta peça, monstruosamente montada e maquiavelicamente posta em prática que é a dos professores titulares.

Esta proposta do PM é inaceitável. Espero que professores e sindicatos estejam bem conscientes desta proposta que é verdadeiramente ofensiva, para não dizer outra coisa! Tenhamos dignidade e não nos deixemos vender.

Esta é das respostas mais repugnantes jamais feitas por um governo. Oferecem tachos a sindicalistas, boys e girls das direcções gerais dos vários ministérios, há uma tentativa de oferecer aos professores avaliadores um "acesso" ao 4º escalão de titular.

Chegamos ao limite da indecência e a resposta só pode ser uma: revisão do ECD, anulação da divisão da carreira e combate total a esta avaliação.
DEVEMOS OBRIGAR OS SINDICATOS A REJEITAR LIMINARMENTE ESTAS PROPOSTAS!

A RESPONSABILIDADE DE ROSA COUTINHO NO HOLOCAUSTO EM ANGOLA

Já há algum tempo me tinha referido a este livro AQUI
Um excelente artigo de António Barreto no «Público» de ontem sobre o livro "Holocausto em Angola - Memórias de entre o cárcere e o cemitério", de Américo Cardoso Botelho.
O sociólogo é categórico na sua apreciação, "O que ali se lê é repugnante", diz. Sobre aquela a que alguns chamaram a "descolonização exemplar", não se inibe de dizer:
"O que fizeram as autoridades portuguesas durante a transição foi crime de traição e crime contra a humanidade."
Fala também da responsabilidade de Rosa Coutinho neste Holocausto e no caso de Manuel Ennes Ferreira, preso e torturado depois de lhe ter sido assegurada protecção na Embaixada de Portugal em Luanda.
Também vale a pena referir aqui e aqui o INSURGENTE. Eu também estive e nasci em Angola (3ª geração - Lubango - Moçamedes - Moçamedes), e em 1974/75 estava a estudar em Luanda. Eu estava lá!!!!

Sobre o percurso dos responsáveis por este Holocausto e a atitude cúmplice dos polítcos portugueses, diz: "Muitos dos responsáveis pelos interrogatórios, pela tortura e pelos massacres angolanos (...) estão hoje vivos e ocupam cargos importantes. Os seus nomes aparecem frequentemente citados, tanto lá como cá. Eles são políticos democráticos aceites pela comunidade internacional. Gestores de grandes empresas com investimentos crescentes em Portugal. Escritores e intelectuais que se passeiam no Chiado e recebem prémios de consagração pelos seus contributos para a cultura lusófona. Este livro é, em certo sentido, desmoralizador. Confirma o que se sabia: que a esquerda perdoa o terror, desde que cometido em seu nome. Que a esquerda é capaz de tudo, da tortura e do assassinato, desde que ao serviço do seu poder. Que a direita perdoa tudo, desde que ganhe alguma coisa com isso. Que a direita esquece tudo, desde que os negócios floresçam. A esquerda e a direita portuguesas têm, em Angola, o seu retrato."


Rosa Coutinho no Holocausto em Angola
O meu amigo Nonas já me havia falado no livro "Holocausto em Angola - Memórias de entre o cárcere e o cemitério", de Américo Cardoso Botelho, e despertara a minha curiosidade. Mas depois de ler o excelente e corajoso artigo de António Barreto na edição de ontem do jornal «Público», passou a ser obrigatório.

Na sua lúcida análise e reflexão, lembrei-me do meu avô materno, oficial de Marinha que esteve colocado na Base Naval de Luanda. Fiquei com pena de ele não poder ler isto por já ter falecido. Sabia muito bem quem era Rosa Coutinho e o que tinha feito. Chocava-o um militar ser capaz de atraiçoar a Pátria que jurara defender. Sentia repulsa pelos traidores tornados "heróis". Mas não deixei de sentir alguma felicidade em ver como as verdades incómodas começam a vir à tona. Ainda para mais, por uma pena insuspeita, como neste caso.
Diz António Barreto no seu texto: "O livro revela os actos do Alto-Comissário Almirante Rosa Coutinho, o modo como serviu o MPLA, tudo fez para derrotar os outros movimentos e se aliou explicitamente ao PCP, à União Soviética e a Cuba. Terá sido mesmo um dos autores dos planos de intervenção, em Angola, de dezenas de milhares de militares cubanos e de quantidades imensas de armamento soviético. O livro publica, em fac simile, uma carta do Alto-Comissário (em papel timbrado do antigo gabinete do Governador-geral) dirigida, em Dezembro de 1974, ao então Presidente do MPLA, Agostinho Neto, futuro presidente da República.

Diz ele: "Após a última reunião secreta que tivemos com os camaradas do PCP, resolvemos aconselhar-vos a dar execução imediata à segunda fase do plano. Não dizia Fanon que o complexo de inferioridade só se vence matando o colonizador? Camarada Agostinho Neto, dá, por isso, instruções secretas aos militantes do MPLA para aterrorizarem por todos os meios os brancos, matando, pilhando e incendiando, a fim de provocar a sua debandada de Angola. Sede cruéis sobretudo com as crianças, as mulheres e os velhos para desanimar os mais corajosos. Tão arreigados estão à terra esses cães exploradores brancos que só o terror os fará fugir. A FNLA e a UNITA deixarão assim de contar com o apoio dos brancos, de seus capitais e da sua experiência militar. Desenraízem-nos de tal maneira que com a queda dos brancos se arruíne toda a estrutura capitalista e se possa instaurar a nova sociedade socialista ou pelo menos se dificulte a reconstrução daquela"."

Angola 1975.
Enquanto em Luanda, sob o troar dos canhões na batalha de Kifangondo, Agostinho Neto proclama, perante a África e o Mundo, a independência de Angola, em simultâneo, em Carmona, hoje Uige, e em Nova Lisboa, hoje Huambo, os ainda aliados, Holden Roberto e Jonas Savimbi, proclamavam a efémera República Democrática de Angola. O que resultou dessa dupla e antagónica proclamação foi uma das mais sangrentas guerras fratricidas que dizimou para cima de 100.000 pessoas para só falar de angolanos.
A maior parte deles, presos, torturados e assassinados sumariamente sem culpa formada e sem um julgamento legal. Sobretudo pós 27 de Maio quando, face ao golpe Nitista, os ânimos e ódios se extremaram e Agostinho Neto, sedento de poder único e absoluto, não olha a meios, mesmo os mais sanguinários, para o conquistar e deter. As prisões e campos de concentração vão-se enchendo de cidadãos, nacionais e estrangeiros, acusados dos crimes mais diversos e inimagináveis. A terra angolana cobre-se assim de sangue numa escalada de violência e de crimes nunca vista. Com o auxílio dos soviéticos e dos cubanos, o MPLA, Agostinho Neto e as forças da ordem, Disa e militares, não poupam nenhum dos considerados opositores ou discordantes do regime ditatorial que pretendem impor e os fuzilamentos em massa começam a entrar na ordem do dia. É neste cenário terrível que o Autor deste livro, Américo Cardoso Botelho, se vê detido e mergulhado na masmorra de uma prisão onde diariamente são cometidos os maiores atentados à vida e aos direitos humanos. Durante cerca de 5 anos, Américo Cardoso Botelho conhece os horrores desse inferno prisional e mercê de uma coragem excepcional não só resiste às provações que lhe são impostas como consegue registar tudo o que vê e lhe contam outros prisioneiros, alguns deles hoje ainda vivos e citados no livro. Os casos de barbárie e crueldade humana a que assiste e lhe são transmitidos são narrados com uma isenção exemplar, não por ajuste de contas ou retaliação das penas sofridas, mas por uma assunção de justiça e julgamento dos principais autores desses crimes (alguns deles a ocuparem hoje lugares de relevo no governo de José Eduardo dos Santos), pela memória de todos quantos foram vítimas desses crimes e em respeito às famílias que ainda hoje ignoram onde param os corpos dos seus parentes para fazerem o luto e as honras funerárias.

Contextualizando as circunstâncias históricas e politicas que estão na raiz dessa luta sangrenta e fazendo eco do sofrimento, tortura e morte de muitos dos seus colegas de prisão, Américo Cardoso Botelho dá-nos um testemunho impressionante e de inestimável valor para que, à semelhança do que aconteceu em Nuremberga em relação ao holocausto nazi, as entidades internacionais se detenham nesse outro holocausto e promovam o julgamento de todos quantos estão na sua origem.

Dr. Assírio Bacelar, Editor

E estes "descolonizadores exemplares" acabarão por morrer sem julgamento....
Pior; muito intelectual português continua, hoje ainda, considerando cobardes aos que, nestas circunstâncias, tiveram de fugir.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

POSIÇÃO DA APEDE SOBRE A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Porque me parece um comunicado equilibrado e bem feito, acho que vale a pena deixar aqui o documento que a APEDE elaborou sobre o momento conturbado que vive a escola e o ensino em Portugal.

Considerando que todo o modelo de avaliação do desempenho dos professores está marcado pela total burocratização, pela imposição aos avaliados e aos avaliadores de tarefas impossíveis de cumprir sem graves prejuízos da sua actividade lectiva, por critérios de avaliação pretensamente objectivos mas, na verdade, altamente discutíveis e, em grande medida, impossíveis de aferir;
Considerando que a finalidade de uma avaliação dos docentes efectivamente empenhada na melhoria das práticas educativas deveria ter uma dimensão essencialmente formativa e não apenas empenhada em criar diferenciações e hierarquias espúrias entre os professores, as quais irão acentuar ainda mais o clima de hostilidade e de desconfiança recíproca que já se vive em muitas escolas;
Considerando ainda a forma arbitrária com que o Ministério da Educação tem vindo a impor às escolas este processo de avaliação, violando sistematicamente as regras do direito e o enquadramento legislativo que o próprio Ministério definiu;
Considerando, por fim, que em muitas escolas do ensino básico e secundário os professores, reunidos em assembleia ou representados pelos seus conselhos pedagógicos, têm vindo a contestar, de forma clara e firme, este processo de avaliação do desempenho, enviando ao Ministério pareceres negativos devidamente fundamentados;a Comissão Instaladora da APEDE vem, deste modo, tomar posição sobre a actual conjuntura do confronto entre os professores e a equipa ministerial:
1. A APEDE opõe-se frontalmente a quaisquer medidas que se limitem a reajustar o Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro, as quais terão como efeito o prolongamento da sua vigência, quando é esta que importa anular. Sendo assim, a APEDE discorda das seguintes propostas recentemente defendidas pela Plataforma Sindical dos Professores e que encontraram expressão no entendimento entre o Ministério da Educação e a referida Plataforma:
a) A inclusão de organizações sindicais de docentes no Conselho científico para a Avaliação do Desempenho. Em nosso entender, esta inclusão só servirá para legitimar um órgão cuja composição obedeceu a critérios nebulosos e arbitrários, e cujas funções se inscrevem na lógica de diplomas legislativos que os professores têm repudiado veementemente.
b) A introdução de horários e de remunerações diferenciadas para os professores coordenadores de departamento curricular. A APEDE considera que estas medidas abrem a porta para reduzir o trabalho dos coordenadores à mera avaliação dos seus colegas, pervertendo por completo o seu ofício de professores, ao mesmo tempo que tenta aliciá-los em termos salariais para que apliquem acriticamente a política do Ministério. Sublinhamos, por outro lado, que tais medidas aceitam o quadro criado pelo concurso para professores titulares, legitimando as assimetrias iníquas que o mesmo introduziu entre os professores e a arbitrariedade com que foi conduzida a selecção dos titulares actualmente investidos na função de avaliadores. Consideramos, pois, que esta medida só contribuirá para aprofundar as clivagens no seio da classe docente e o mal-estar nas escolas, um efeito com repercussões profundamente negativas no sistema de ensino e no clima de cooperação inter-pares sem o qual a escola pública não conseguirá preencher a sua função social.
c) O facto de o processo negocial com as organizações sindicais, relativo à avaliação do desempenho, estar a ser remetido para Junho e Julho de 2009, num quadro de mera “avaliação do modelo” e de “acompanhamento, avaliação e monitorização do primeiro ciclo de aplicação”. A APEDE receia que um processo negocial a decorrer em plena aplicação do modelo de avaliação dos professores possa servir, no essencial, para avalizar este último, deixando incólumes os seus aspectos mais gravosos: a burocratização do ofício de professor; a produção de “sucesso escolar” em conformidade com critérios meramente estatísticos; a relação de poder desigual entre professores titulares e não titulares, entre avaliadores e avaliados; a avaliação do trabalho docente orientada para fins persecutórios e punitivos.
2. Em conformidade com as posições referidas no ponto anterior, a APEDE defende as seguintes medidas:
a) Para o ano lectivo de 2008/2009, dar-se-á a suspensão integral do supracitado Decreto Regulamentar e a readopção temporária do modelo de avaliação anterior, consignado no Decreto Regulamentar n.º 11/98, de 15 de Maio, com todos os seus efeitos em termos da celebração e renovação de contratos e de progressão na carreira.
b) No início do ano lectivo de 2008/2009 será reaberto o processo negocial, quer em relação ao modelo de avaliação do desempenho, quer em relação ao Estatuto da Carreira Docente, com vista à revisão destes diplomas.
Pela Comissão Instaladora da APEDE
António Ferreira
Francisco Trindade
Isabel Parente
José Manuel Filipe
Mário Machaqueiro
Ricardo Silva

A SUPER ESCOLA PORTUGUESA - ASSIM É QUE É ... SOMOS OS MAIORES!

A SUPERESCOLA ou o retrato da escola portuguesa
onde estão as melhores escolas do mundo?Claro! Está certo! Em... Portugal !!
Ora vejamos com atenção o exemplo de uma vulgar turma do 7º ano de escolaridade, ou seja, ensino básico.
Ah, é verdade, ensino básico é para toda a gente, melhor dizendo, para os filhos de toda a gente!

DISCIPLINAS / ÁREAS CURRICULARES NÃO DISCIPLINARES :

1. Língua Portuguesa
2. História
3. Língua Estrangeira I
- Inglês
4. Língua Estrangeira II
- Francês
5. Matemática
6. Ciências Naturais
7. Físico-Químicas
8. Geografia
9. Educação Física
10. Educação Visual
11. Educação Tecnológica
12. Educação Moral R.C.
13. Estudo Acompanhado
14. Área Projecto
15. Formação Cívica
É ISSO - CONTARAM BEM - SÃO 15 !!!Carga horária = 36 tempos lectivos

Não é o máximo ensinar isto tudo aos filhos de toda esta gente? De todo o Portugal?Somos demais, mesmo bons!

MAS NÃO FICAMOS POR AQUI!!!!
A Escola ainda:

- Integra alunos com diferentes tipologias e graus de deficiência,apesar dos professores não terem formação para isso;
- Integra alunos com Necessidades Educativas de Carácter Prolongado detoda a espécie e feitio, apesar dos professores não terem formaçãopara isso;
- Não pode esquecer os outros alunos,'atestado-médico-excluídos' quetambém têm enormes dificuldades de aprendizagem;
- Integra alunos oriundos de outros países que, por as mais das vezesnão falam um cu de Português, ou melhor, nem sequer sabem o que querdizer cu;
- Tem o dever de criar outras opções para superar dificuldades dos alunos, como:

* Currículos Alternativos
* Percursos Escolares Próprios
* Percursos Curriculares Alternativos
* Cursos de Educação e Formação
MAS AINDA HÁ MAIS...

A escola ainda tem o dever de sensibilizar ou formar os alunos nosmais variados domínios:
* Educação sexual
* Prevenção rodoviária
* Promoção da saúde, higiene, boas práticas alimentares, etc.
* Preservação do meio ambiente
* Prevenção da toxicodependência
* Etc, etc...'peço desculpa por interromper, mas... em Portugal são todos órfãos?'(possível interpolação do ministro da educação da Finlândia)

...Só se encontra mesmo um único defeito: Os professores.

Uma cambada de selvagens e incompetentes, que não merecem o queganham, trabalham poucas horas (Comparem com os alunos! Vá! Vá!Comparem!!!)
Têm muitas férias, faltam muito, passam a vida a faltarao respeito e a agredir os pobres dos alunos, coitados!
Vejam bem queos professores chegam ao cúmulo de exigir aos alunos que tragam todosos dias o material para as aulas, que façam trabalhos de casa, queestejam atentos e calados na sala de aula, etc... e depois ainda ficamaborrecidos por os alunos lhes faltarem ao respeito!
Olha que há cada uma!
COM FRANQUEZA!!!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

"ENTENDIMENTO" - PLATAFORMA SINDICAL E MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. A TRETA CONTINUA E A LUTA ... TAMBÉM

É verdade que os sindicatos ganharam uns trocos. Mas o lance era para devolução integral: da dignidade perdida.
Comecemos por uma questão semântica: entendimento e acordo são vocábulos sem diferenças, do ponto de vista da significação, que justifiquem o esforço da Plataforma Sindical para os distinguir. Vão a um bom dicionário.
No contexto que "aproximou" sindicatos e ministério, são sinrónimos. Mas se essa fosse a questão, então capitular dirimia o conflito. E não estou a ser irónico. Voltem a um bom dicionário.Posto isto, passemos ao que importa: ministério e sindicatos acertaram, concertaram sob determinadas condições. No fim, os sindicatos cantaram vitória.
Permitam-me que invoque alguns argumentos para desejar que os sindicatos não voltem a ter outra vitória como esta. A actuação política deste Governo e desta ministra produziu diplomas (estatuto de carreira, avaliação do desempenho, gestão das escolas e estatuto do aluno) que envergonham aquisições civilizacionais mínimas da nossa sociedade.
A rede propagandística que montaram procurou denegrir os professores por forma antes inimaginável. Cortar, vergar, fechar foram desígnios que os obcecaram. Reduziram salários e escravizaram com trabalho inútil. Burocratizaram criminosamente. Secaram o interior, fechando escolas aos milhares.
Manipularam estatísticas.
Abandalharam o ensino com a ânsia de diminuir o insucesso.
Chamaram profissional a uma espécie de ensino cuja missão é reter na escola, a qualquer preço, os jovens que a abandonavam precocemente. Contrataram crianças para promover produtos inúteis. Aliciaram pais com a mistificação da escola a tempo inteiro ( que sociedade é esta em que os pais não têm tempo para estar com os filhos? Em que crianças passam 39 horas por semana encerradas numa escola e se aponta como progresso reproduzir o esquema no secundário, mas elevando a fasquia para as 50 horas?).
Foram desumanos com professores nas vascas da morte e usaram e deitaram fora milhares de professores doentes (depois de garantir no Parlamento que não o fariam). Promoveram a maior iniquidade de que guardo recordação com o deplorável concurso de titulares.
Enganaram miseravelmente os jovens candidatos a professores e avacalharam as instituições de ensino superior com a prova de acesso à profissão.
Perseguiram. Chamaram a polícia. Incitaram e premiaram a bufaria.
Desrespeitaram impunemente a lei que eles próprios produziram. Driblaram as leis fundamentais do país. Com grande despudor político, passaram sem mossa por sucessivas condenações em tribunais. Fizeram da imposição norma e desrespeitaram continuadamente a negociação sindical. Reduziram a metade os gastos com a Educação, por referência ao PIB.

No que era essencial, no que aumentaria a qualidade do ensino, não tocaram, a não ser, uma vez mais, para cortar e diminuir a exigência e castrar o que faz pensar e questionar. A questão que se põe é esta: por que razão esta gente, que tanto mal tem feito ao país e à Escola, que odeia os professores, que espezinhou qualquer discussão ou concertação séria, que sempre permaneceu irredutível na sua arrogância de quero, posso e mando, de repente, decidiu "aproximar-se" dos sindicatos?
A resposta é evidente: porque os 100.000 professores na rua, a 8 de Março, provocaram danos. Porque a campanha eleitoral começou a reparar os estragos para garantir mais quatro anos. O tempo e a oportunidade política da plataforma sindical aconselhava uma firmeza que claudicou.
Porque quem estava em posição de impor contemporizou. Porque de um dia para o outro se esqueceram as exigências da véspera. Porque quem demandou a lei em tribunal pactuou com uma farsa legal. Porque quem acusou de chantagem acabou a negociar com o chantagista. Porque quem teve nos braços uma unidade de professores nunca vista pensou pouco sobre os riscos de a pôr em causa.
É verdade que os sindicatos ganharam uns trocos. Mas o lance não era para trocos. Era para devolução integral: da dignidade perdida. Aqui chegados, permitam-me a achega: pior que isto é não serem capazes de superar isto. E lembrem-se de Pirro, quando agradeceu a felicitação pela vitória: "Mais uma vitória como esta e estou perdido".
Santana Castilho,
Professor do ensino superior

quarta-feira, 16 de abril de 2008

AO PONTO A QUE CHEGÁMOS - NOVO CURSO DE EQUIVALÊNCIA AO 9º ANO DE ESCOLARIDADE

Assim, ... SIM ... somos capazes de !ir lá!
Na ânsia louca de mostrar ao mundo que conseguiu transformar um país de analfabetos num país de letrados, eis o que o ex-engenheiro Sócras está a fazer a Portugal.
Curso de equivalência ao 9º Ano de Escolaridade como "Jogador(a) de Futebol"
Qual Matemáticas qual quê? Ciências e Línguas?!?
Bora lá mas é mandar uns bicos na bola, que a seguir é completar equivalência ao 12º Ano como degustador de cerveja..
Sem palavras.
O último a sair que apague a luz.


Ver AQUI a informação do portal do IEFP
Ver AQUI os referênciais do documento de formação
Modalidade de Formação: Cursos de Educação e Formação para Jovens
Área de Formação: 813-DESPORTO
Itinerário de Qualificação: 81301.
Prática Desportiva de Futebol (Nível 2) - Outubro 2007
Saída Profissional: Jogador/a de Futebol

MAIS UM IMPEDIMENTO NA AVALIAÇÃO DE PROFESSORES COM ESTE MODELO - O CÓDIGO DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

Reuniões de avaliação postas em causa!!!!! - Como compatibilizar avaliação dos alunos

PARA AS AVALIAÇÕES FINAIS DE ANO LECTIVO ACHO QUE O PROBLEMA SE PÕE VERDADEIRAMENTE.

Chamo a atenção dos colegas e particularmente dos presidentes dos CE e dos coordenadores de DT para uma situação que interfere legalmente com as avaliações de alunos e poderá legitimar os professores a que se recusem a avaliar os alunos por essa avaliação infringir o princípio da imparcialidade (Artº 6º do CPA) porque os resultados práticos desta condiciona a avaliação dos professores.

Efectivamente, além de todos os argumentos que têm sido aduzidos na discussão relativa a este processo de avaliação de professores, há uma questão de que ainda ninguém se lembrou: a questão da legalidade e da (in)constitucionalidade relativamente à avaliação de alunos ser um indicador na avaliação do professor..

Ora, o processo é ilegal porque é susceptível de violar o Princípio da Imparcialidade previsto no artigo 6.º do Código de Procedimento Administrativo (CPA) e no n.º 2 do artigo 266.º da Constituição da República Portuguesa. A questão da Imparcialidade tem consequências directas no regime de impedimentos que consta nos artigos 44.º e seguintes do CPA. Por sua vez, o artigo 51.º (CPA) estabelece no n.º 2 que "a omissão do dever de comunicação (...), constitui falta grave para efeitos disciplinares".

Assim, a lei obriga a que os professores se declarem impedidos de participar nos próximos Conselhos de Turma de avaliação uma vez que vão decidir sobre matéria (avaliação dos alunos) relativamente à qual têm interesse.

Naturalmente que não se pretende "boicotar" o momento de avaliação que se aproxima. Penso apenas que é importante e necessário que os professores suscitem esta questão junto dos coordenadores de DT e dos presidentes de CE para, inclusivamente, obrigarem a tutela a decidir sobre o assunto.

Documentos citados:
Código do Procedimento Administrativo, Artigo 6º, Princípios da justiça e da imparcialidade No exercício da sua actividade, a Administração Pública deve tratar de forma justa e imparcial todos os que com ela entrem em relação

Artigo 44º
Casos de impedimento
1 - Nenhum titular de órgão ou agente da Administração Pública pode intervir em procedimento administrativo ou em acto ou contrato de direito público ou privado da Administração Pública nos seguintes casos:
a) Quando nele tenha interesse, por si,
como representante ou como gestor de negócios de outra pessoa;
b) Quando, por si ou
como representante de outra pessoa, nele tenha interesse o seu cônjuge, algum parente ou afim em linha recta ou até ao 2º grau da linha colateral, bem como qualquer pessoa com quem viva em economia comum;
c) Quando, por si ou
como representante de outra pessoa, tenha interesse em questão semelhante à que deva ser decidida, ou quando tal situação se verifique em relação a pessoa abrangida pala alínea anterior;
d) Quando tenha intervindo no procedimento
como perito ou mandatário ou haja dado parecer sobre questão a resolver;
e) Quando tenha intervindo no procedimento
como perito ou mandatário o seu cônjuge, parente ou afim em linha recta ou até ao 2º grau da linha colateral, bem como qualquer pessoa com quem viva em economia comum;
f) Quando contra ele, seu cônjuge ou parente em linha recta esteja intentada acção judicial proposta por interessado ou respectivo cônjuge;
g) Quando se trate de recurso de decisão proferida por si, ou com a sua intervenção, ou proferida por qualquer das pessoas referidas na alínea b) ou com intervenção destas.
2 - Excluem-se do disposto no número anterior as intervenções que se traduzam em actos de mero expediente, designadamente actos certificativos.

Artigo 45º
Arguição e declaração do impedimento
1 - Quando se verifique causa de impedimento em relação a qualquer titular de órgão ou agente administrativo, deve o mesmo comunicar desde logo o facto ao respectivo superior hierárquico ou ao presidente do órgão colegial dirigente, consoante os casos.
2 - Até ser proferida a decisão definitiva ou praticado o acto, qualquer interessado pode requerer a declaração do impedimento, especificando as circunstâncias de facto que constituam a sua causa.
3 - Compete ao superior hierárquico ou ao presidente do órgão colegial conhecer a existência do impedimento e declará-lo, ouvindo, se considerar necessário, o titular do órgão ou agente.
4 - Tratando-se do impedimento do presidente do órgão colegial, a decisão do incidente compete ao próprio órgão, sem intervenção do presidente.

Artigo 46º
Efeitos da arguição do impedimento

1 - O titular do órgão ou agente deve suspender a sua actividade no procedimento logo que faça a comunicação a que se refere o n.º 1 do artigo anterior ou tenha conhecimento do requerimento a que se refere o n.º 2 domesmo preceito, até à decisão do incidente, salvo ordem em contrário do respectivo superior hierárquico.
2 - Os impedidos nos termos do artigo 44º deverão tomar todas as medidas que forem inadiáveis em caso de urgência ou de perigo, as quais deverão ser ratificadas pela entidade que os substituir.

Artigo 47º
Efeitos da declaração do impedimento

1 - Declarado o impedimento do titular do órgão ou agente, será o mesmo imediatamente substituído no procedimento pelo respectivo substituto legal, salvo se o superior hierárquico daquele resolver avocar a questão.
2 - Tratando-se de órgão colegial, se não houver ou não puder ser designado substituto, funcionará o órgão sem o membro impedido.

Artigo 48º
Fundamento da escusa e suspeição
1 - O titular de órgão ou agente deve pedir dispensa de intervir no procedimento quando ocorra circunstância pela qual possa razoavelmente suspeitar-se da sua isenção ou da rectidão da sua conduta e, designadamente:
a) Quando, por si ou como representante de outra pessoa, nele tenha interesse parente ou afim em linha recta ou até ao 3º grau de linha colateral, ou tutelado ou curatelado dele ou do seu cônjuge;
b) Quando o titular do órgão ou agente ou o seu cônjuge, ou algum parente ou afim na linha recta, for credor ou devedor de pessoa singular ou colectiva com interesse directo no procedimento, acto ou contrato;
c) Quando tenha havido lugar ao recebimento de dádivas, antes ou depois de instaurado o procedimento, pelo titular do órgão ou agente, seu cônjuge, parente ou afim na linha recta;
d) Se houver inimizade grave ou grande intimidade entre o titular do órgão ou agente ou o seu cônjuge e a pessoa com interesse directo no procedimento, acto ou contrato.
2 - Com fundamento semelhante e até ser proferida decisão definitiva, pode qualquer interessado opor suspeição a titulares de órgãos ou agentes que intervenham no procedimento, acto ou contrato.

Artigo 49º
Formulação do pedido

1 - Nos casos previstos no artigo anterior, o pedido deve ser dirigido à entidade competente para dele conhecer, indicando com precisão os factos que o justifiquem.
2 - O pedido do titular do órgão ou agente só será formulado por escrito quando assim for determinado pela entidade a quem for dirigido.
3 - Quando o pedido for formulado por interessados no procedimento, acto ou contrato, será sempre ouvido o titular do órgão ou agente visado.

Artigo 50º
Decisão sobre a escusa ou suspeição

1 - A competência para decidir da escusa ou suspeição defere-se nos termos referidos nos n.ºs 3 e 4 do artigo 45º.
2 - A decisão será proferida no prazo de oito dias.
3 - Reconhecida procedência ao pedido, observar-se-á o disposto nos artigos 46º e 47º.

Artigo 51º
Sanção

1 - Os actos ou contratos em que tiverem intervindo titulares de órgão ou agentes impedidos são anuláveis nos termos gerais.
2 - A omissão do dever de comunicação a que alude o artigo 45º, n.º 1, constitui falta grave para efeitos disciplinares.

Constituição da República Portuguesa
Artigo 266.º
(Princípios fundamentais)

1. A Administração Pública visa a prossecução do interesse público, no respeito pelos direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos.
2. Os órgãos e agentes administrativos estão subordinados à Constituição e à lei e devem actuar, no exercício das suas funções, com respeito pelos princípios da igualdade, da proporcionalidade, da justiça, da imparcialidade e da boa-fé.

Centro Integrado de Formação de Professores
Universidade de Aveiro

quinta-feira, 10 de abril de 2008

A GRANDE BALBÚRDIA QUE REINA NA ESCOLA PÚBLICA

Clica na imagem para a aumentar

De facto, sóquem não está dentro dos graves problemas que afectam a educação pode não estar de acordo com o dedo que o socialista António Barreto coloca na ferida.
Assim vai a Educação neste país ...

A NOMENKLATURA RICA EM ANGOLA


Encontrei isto, escrito por Nicola Guardiola, com o título "Os «novos ricos Angolanos» apostam nos negócios. "
Tive saudade de Angola e andei pelo Angonotícias e outros sites a saber dos generais que me permitiram mover absolutamente à vontade em todo o território durante a guerra, em zonas onde só chegavam os mercenários, soldados ... e, pior, onde o povo era atacado e chacinado sem ter militares que o acudisse.
Continua a achar imperdoável que a comunidade internacional, por causa das riquezas que rapina em Angola, não pressione a organização de eleições livres no país. «INVESTIR em Angola é agora a divisa dos nossos ricos» diz o «Semanário Angolense».

O jornal, que causou escândalo em 2004 com a publicação da lista dos homens mais ricos da «nomenklatura» angolana, voltou a carga há duas semanas com um «retrato» dos grupos privados que proliferam em Angola, à boleia do «boom» económico e da intenção confessa do Governo de favorecer a criação de grupos privados nacionais e a sua entrada em sectores estratégicos como a banca, o petróleo ou os diamantes.

O director do «Semanário Angolense», Graça Campos, admite que a lista não é exaustiva e não se apoia numa aturada investigação. São os «negócios» que dão que falar e que ilustram a importância do lóbi político e a «apetência» dos investidores estrangeiros para formarem sociedades com figuras políticas do regime ou seus familiares.

Com a devida vénia ao «Semanário Angolense», eis, em resumo e de A a Z, o retrato dos grupos privados mais «badalados» da actualidade em Luanda.

ARMINDO CÉSAR & FILHOS - No começo esteve a Maboque, empresa especializada em restauração, hotelaria e «catering». Diz-se que conta entre os seus accionistas com membros da família do Presidente Eduardo dos Santos e uma plêiade de generais. Mas nos últimos cinco anos o grupo cresceu e multiplicou-se.
Actividade: as anteriores, mais pescas (captura e comercialização), hotelaria e turismo, imobiliário, comércio (hipermercado Interpark), formação profissional e serviços.

BANCO INTERNACIONAL DE CRÉDITO (BIC) Isabel dos Santos, primogénita do Presidente Eduardo dos Santos, e o empresário português Américo Amorim (25%) são os principais accionistas. Criado em Junho, já abriu 13 balcões (8 em Luanda) e arrecadou mais de 165 milhões de dólares em depósitos.

BANCO COMERCIAL DE ANGOLA (BCA) Inclui entre os seus accionistas três ex-primeiros-ministros: Lopo do Nascimento, França Van-Dúnem e Marcolino Moco. Salomão Xirimbimbi (ministro das Pescas), Augusto Tomás (ex-governador de Benguela, ex-ministro das Finanças) e o empresário Jaime Freitas (COSAL, Interauto, Tecnomat) são os outros sócios. Em 2005 vendeu 50% das acções ao Absa Bank, de África do Sul, que por sua vez foi comprado pelo Barclays Bank, do Reino Unido.

CABUTA ORGANIZAÇÕES «Holding» criada pelo general Higino Carneiro, ministro das Obras Públicas e governador do Kwanza Sul, e família. Actividade: agricultura, agro-indústria, hotelaria, turismo, banca, seguros.

FINANGEST Entre os accionistas figuram José Pedro de Morais, ministro das Finanças, general Pedro Neto, chefe do Estado-Maior da Força Aérea, e Kundi Paihama, ministro da Defesa.
Actividade: jogos e lotarias, edição discográfica, transportes, serviços, construção, «import-export», seguros, segurança.

GEMA Criada por Simão Júnior, o seu actual presidente é José Leitão, ex-chefe da Casa Civil da Presidência. Conta entre os seus accionistas com o jurista Carlos Feijó e António Pitra Neto, vice-Presidente do MPLA e ministro do Emprego e Segurança Social. Actividade: supermercados, salas de cinema, clínica privada, accionista da Coca-Cola Angola, parcerias com empresas sul-africanas e chinesas.

GENI Empresas dos sectores da banca, petróleo, diamantes e construção florescem com o «boom» angolano. O FMI projecta um crescimento económico de 15% em 2005 O ponto de partida foi a criação da UNITEL (telefonia móvel) em parceria com a Portugal Telecom. Fundadores: Isabel dos Santos, brigadeiro Leopoldino Fragoso do Nascimento (chefe das Comunicações da Presidência), António Van-Dúnem (ex-secretário do Conselho de Ministros) e Manuel Augusto da Fonseca, do gabinete jurídico da Sonangol. Juntou-se-lhes o empresário franco-brasileiro Pierre Falcone. Actividade: telecomunicações, serviços.

GENIUS Criada pelo general João de Matos (ex-chefe de Estado-Maior-General das FAA) e Mário Pizarro (ex-governador do BNA). A jóia da coroa do grupo é a GEVAL-Angola Joint-Venture com a brasileira Vale do Rio Doce, n.º1 mundial de mineração. Actividade: minas (diamantes, manganésio, outros). Projectos: electricidade, telecomunicações. Participações: Torres do Carmo (Luanda), Belas Shopping Center.

IMPORÁFRICA-IMPORCAR Faustino Muteka ex-ministro da Administração do Território e actual secretário do MPLA para a mobilização é a figura-de-proa do grupo, a que estão associados capitais de Portugal à Índia. Actividade: construção civil, agricultura, comércio, venda de automóveis, imobiliário.

MACON Revolucionou o transporte público em Luanda (autocarros e táxis). Hélder Vieira Dias, chefe da Casa Militar da Presidência e director do Gabinete de Reconstrução Nacional, brigadeiro Leopoldino Fragoso e Júlio Bessa, ex-ministro das Finanças, em parceria com o brasileiro Minoru Dondo são os sócios-fundadores. Actividade: transportes, comércio (o Shopping Center Kinaxixi está «encalhado» há dois anos).

MELLO XAVIER Há muito que Jorge Mello Xavier deputado pelo MPLA em 1992 deixou de ser «o empresário do regime» mas continua activo, influente e irreverente. Actividade: construção civil, turismo, hotelaria, bebida, agro-indústria,

PECUS Criada pelo grupo português Tecnocarro, de José Récio, foi vendida aos irmãos António e Luís Faceira. Actividade: produção e comercialização de carne, sector que lidera.

PRODOIL, Exploração e Produção de Hidrocarbonetos Associou-se à Amec Paragon (Houston, EUA). Entre os sócios angolanos citamos Marta dos Santos, irmã mais velha do Presidente da República. Actividade: petróleo, gás natural, serviços, hotelaria.

SAGRIPEK Capital repartido entre um grupo de sócios angolanos (BAI, BPC, Banco Keve, Higino Carneiro, Mello Xavier, irmãos Faceira, Isabel dos Santos) que detém 51% e um consórcio brasileiro
Actividade: agricultura; pecuária, produção agro-industrial.

SOMOIL - Primeira empresa privada angolana a entrar na exploração de petróleo. Criada por Desidério Costa, ministro dos Petróleos, e Alberto de Sousa. Actividade: petróleo e derivados (lubrificantes)

SUNINVEST - Dirigida por Ismael Diogo, cônsul de Angola no Rio de Janeiro e presidente da FESA (Fundação Eduardo dos Santos). Actividade: indústria farmacêutica (parceria com o Laboratório Teuto do Brasil), transportes urbanos, recolha de lixo (Luanda), comércio.

VALENTIM AMÕES - Veio para Luanda vindo do Planalto Central, onde possui um grande património imobiliário e controla boa parte do comércio. Entrou para o Comité Central do MPLA em 2004 e entre os seus sócios figura o general Fernando Miala, dos serviços de informação externos da Presidência. Actividade: transportes rodoviários e aéreos, hotelaria e turismo, «rent-a-car», comércio.

SEGURANÇA - As empresas de segurança merecem ser tratadas separadamente, pois foi por esta via que muitos generais se estrearam nos negócios e adquiriram o capital que lhes permitiu mais altos voos. São agora às centenas, mais ou menos sofisticadas, e fornecem todo o tipo de serviços, desde a segurança de instalações a escoltas pessoais, transportes de fundos e instalação de sistemas de vigilância.

O «Semanário Angolense» destacou as seguintes: ANGO SEGU Empresa pioneira na segurança industrial. Tem como fundadores os generais Fernando Miala e José Maria e Santana André Pitra (Petroff) ex-ministro do Interior e comandante-geral da Polícia.
ALFA 5 Criada pelo general João de Matos e outros oficiais generais. Controla 50% da segurança das grandes áreas de exploração de diamantes. TELESERVICE Monopólio da segurança dos campos petrolíferos. Os seus fundadores foram os generais João de Matos, França Ndalu, Armando da Cruz Neto, Luís e António Faceira e Hendrick. Participações na Air Gemini, Companhia do Lumanhe (diamantes) com a Escom, ligada ao Grupo Espírito Santo. COPEBE Criada por Pedro Hendrick Vaal Neto (ex-ministro da comunicação social), Roberto Leal Monteiro «Ngongo» e Nelson Cosme, embaixador de Angola na Organização dos Estados da África Central.

Aiué nossa Angola ……